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domingo, 29 de janeiro de 2012

CIUMES

 __Voce disse que ia jogar bola com seus amigos.
— E fui, ficamos lá uma hora, depois fomos tomar umas cervejas.

 — Por que você não me ligou pra avisar que iria demorar?

 — Giovanna, você sabe que eu não gosto dessas coisas de coleiras.

 — Não é coleira. Só acho que você deveria ser mais atento comigo.

  — E não sou? Todos os dias eu passo em sua casa depois do trabalho, ligo pra você duas vezes por dia, isso não é o suficiente?

 — Ah, Léo, você sabe quanto eu te amo e o medo que tenho de te perder.

  — Não precisa temer, meu amorzinho. Desde quando começamos a namorar, meu amor só aumenta. Já te dei várias provas disso.

 — Léo, você promete que não vai me deixar?

 — Nunca, você sabe disso.

  De repente, o telefone toca, a mãe de Léo o chama dizendo que é Rebeca, sua amiga do cursinho.

 — Amiga do cursinho? — grita Giovanna. — Ele não vai atender — exaspera-se a moça e bate o telefone.

Léo fica sem reação. Olha para sua mãe, para a namorada e vai para seu quarto.

 — Léo, me desculpa, eu não deveria ter feito isso!

 — É melhor não conversarmos sobre isso agora, Giovanna.

 — Você nunca me chama de Giovanna.

 Ele não responde mais, e ela vai embora chorando.

 Leonardo passa um tempo em seu quarto para refletir sobre seu relacionamento com Giovanna. Há cinco anos eles estão juntos, mas ela tem tido cada dia mais crises de ciúmes. Outro dia ela fez um escândalo na festa de aniversário da mãe do garoto por causa de um beijo no rosto que recebeu de sua tia, uma mulher moderna e bem jovem, a quem Giovanna não conhecia.

 Depois de horas pensando com seus botões, Léo ligou para Gi e disse-lhe que precisava encontrá-la. Marcaram de se encontrar no metrô.

 — Olá, bem pontual. — aliviou-se Giovanna.

 — É — respondeu friamente Léo.

 Ela foi abraçá-lo, mas ele resistiu. Começou a falar tudo que estava sentindo. A garota só ouvia. Depois passou a pedir desculpas e mais desculpas como sempre fazia.

 — Gi, acho que precisamos dar um tempo.

 — Como?! — o mundo de Giovanna desmoronou. Tudo ficou escuro. Por alguns instantes ela só ouvia um eco “dar um tempo”. A garota não parava de chorar.

 — Está tudo bem? — perguntou Leonardo como se um término de namoro de cinco anos fosse recebido tão facilmente por uma garota embevecida pelo mais puro amor.

 Não houve resposta. A moça estava transtornada. Passava um filme em sua mente sobre os cinco anos mais felizes de sua vida, que acabavam ali.

 Passados dois anos, Giovanna continuava sozinha. Leonardo já estava noivo de Rebeca, sua antiga amiga do cursinho.

 José Augusto G. de Almeida ( http://amoraspalavras.zip.net ) 

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